Catedral

São Paulo Apóstolo

Blumenau, SC

Catedral São Paulo Apóstolo

Cronologia da Construção

Informações sobre nossa igreja

  • 23/10/1952 – Foi constituída a Comissão de Obras, formada pelos senhores Acary Guimarães, André Sada, João Durval Müller, Adolfo Wollstein, Rômulo Silva, João Mosimann, entrando mais tarde o Sr. Rodolfo Radtke. A comissão foi presidida, desde a sua constituição, por Frei Brás Reuter.
  • 02/01/1953 – Para financiamento das obras, foi instituída, pela Comissão de Obras, a contribuição familiar mensal. 
  • 19/01/1953 – Chegou a Blumenau, vindo de Colônia (Alemanha), o arquiteto Gottfried Böhm, a fim de realizar estudos "in loco", para uma melhor concordância topográfica, em relação ao templo que ele estava idealizando. 
  • 05/02/1953 – Dom Pio de Freitas, Bispo de Joinville, dava como aprovada a planta da igreja a ser construída, desde que a Comissão de Obras assim também o fizesse.
  • 16/02/1953 – Terminando os trabalhos de arrasamento do morro (antigo cemitério São José), foi retirado o último caminhão de "chamote" (terras e pedras).
  • 17/02/1953 – Época de férias escolares. Na residência dos franciscanos, na praia de Balneário Camboriú, a Comissão de Obras aprovou a planta, acontecimento festivamente comemorado. 
  • 12/04/1953 – Domingo da Pascoela. Importante mensagem de Frei Brás aos paroquianos, justificando a aprovação da planta. Havia muitas divergências e corriam críticas ao estilo moderno da igreja. 
  • 22/04/1953 – Dia do Patrocínio de São José. Depois de abençoado o terreno, Frei Brás deu início aos trabalhos de construção da igreja, cavando a primeira pazada. O engenheiro Franz Hrozek assumiu a responsabilidade da obra. A direção da construção foi entregue ao Sr. Augusto Koester. 
  • 24/05/1953 – Pentecostes. Lançamento e bênção litúrgica da pedra fundamental (comemoração antecipada dos 75 anos de instalação da Paróquia São Paulo Apóstolo - 02/06/1878), sob o patrocínio de Dom Joaquim Domingues de Oliveira, arcebispo de Florianópolis e Irineu Bornhausen, governador do Estado. Foi orador oficial o Dr. Rômulo Silva. 
  • 06/06/1954 – Pentecostes. A tradicional festa do Divino Espírito Santo, já pela terceira vez, transforma-se com as ofertas de prendas pelo comércio e indústria locais e pela generosidade do povo, em decisiva contribuição econômica para a construção da nova Matriz. Apresentação da maquete da obra em andamento. 
  • 06/03/1955 – Início da campanha "pró-telha" da nova Matriz. 
  • 29/05/1955 – Pentecostes. Festa do Divino Espírito Santo, em benefício da construção da igreja. 
  • 20/05/1956 – Pentecostes. No grande vão da construção, realizou-se o grande almoço de 500 talheres, como parte dos festejos em benefício da construção, com a presença do governador Jorge Lacerda. Tudo o que foi consumido neste almoço foi doado por particulares e comerciantes locais. O serviço de cozinha representou a contribuição das senhoras.
  • 17/10/1956 – Dom Inácio Krause concedeu a devida licença para inaugurar com uma bênção simples, uma parte da nova Igreja Matriz em construção, permitindo também que a velha Matriz fosse demolida.
  • 24/01/1956 – Audiência do Frei Brás com o Presidente da República, Dr. Nereu Ramos, quando foi conseguido apoio do governo em favorecer a licença para importação de vidros tipo “antique”, do qual não havia similar de fabricação nacional. Tratava-se de uma recomendação do arquiteto, no sentido de aplicar tais vidros nos vitrais da Matriz, acompanhando o estilo e forma das linhas arquitetônicas por ele idealizadas.
  • 15/04/1956 – Concessão da licença para a importação dos vidros para os vitrais.
  • 25/06/1956 – Colocação dos caixilhos dos grandes vitrais.
  • 04/111956 – Início da campanha, com pleno sucesso, dos patrocinadores para pagamento dos vitrais.
  • 10/11/1956 – Visita do arquiteto Gottfried Böhm e esposa, vindos da Alemanha, para inspecionar os trabalhos da construção.
  • 01/12/1956 – Doação de uma parte da madeira de carvalho, para a confecção dos bancos da igreja, pelo Sr. Udo Schadrack que, apesar de ser evangélico luterano, era grande admirador da nova Igreja Matriz.
  • 10/01/1957 – Chega a licença para a importação dos vidros “antique” para os vitrais.
  • 09/06/1957 – Pentecostes. Frei Mateus Hoepers foi o pregador. Tiveram início os trabalhos de transferência do órgão da antiga para a nova Matriz. O grande instrumento foi reformado no seu exterior para se adaptar ao estilo da igreja que passou a servir.
  • 26/07/1957 – Início da colocação da grande rosácea.
  • 29/12/1957 – Frei Conrado Rossbach celebrou sua primeira missa na Matriz.
  • 06/01/1958 – Nova visita do arquiteto Böhm, especialmente convidado para tomar parte das solenidades de consagração da nova Matriz por ele idealizada.
  • 25/01/1958 – Solene consagração da Igreja Matriz São Paulo Apóstolo em cerimonial presidido pelo Cardeal Dom Jaime de Barros Câmara, Arcebispo do Rio de Janeiro, acompanhado de dois Arcebispos e dois Bispos, além de outros eclesiásticos. Fizeram-se presentes altas autoridades federais, estaduais e municipais. Cantaram a missa e auxiliaram nas cerimônias, os clérigos de Filosofia do Bom Jesus de Curitiba.
  • 19/02/1958 – Bênção da via-sacra, nas rosáceas laterais.
  • 05/04/1958 – Inauguração do batistério.
  • 25/05/1958 – Pentecostes, com pregação do Pe. Aquino Scheidt. Até meados de 1959, houve desmontes e preparação do terreno para prosseguir nas obras de construção da torre, que é separada da nave principal.
  • 05/06/1960 – Pentecostes e primeira festa do Divino Espírito Santo em benefício da construção da monumental torre.
  • 15/11/1960 – Lançamento da pedra fundamental da torre e bênção litúrgica.
  • 28/03/1961 – Início da construção da escadaria da torre.
  • 20/05/1961 – Véspera de Pentecostes. Inauguração da escadaria que passa sob a monumental arcada da torre com bênção de Dom Quirino Schmitz (natural de Gaspar), Bispo de Teófilo Otoni. O prefeito municipal Sr. Hercílio Deecke cortou a fita simbólica.
  • 26/01/1963 – É colocada a última pedra da torre.
  • 14/02/1963 – Colocação da cruz, no cimo da torre, com seus 1.200 quilos.
  • 31/05/1963 – Início dos festejos da inauguração da torre. São instalados o relógio e os três sinos da antiga Matriz.
  • 01/06/1963 – Inauguração da torre, com cerimônia litúrgica presidida por Dom Gregório Warmeling, Bispo de Joinville. Participação do coral Canarinhos de Petrópolis. Conclusão das obras.

História

Conheça nossa história

No dia 20 de setembro de 1868, Pe. Antônio Zielinski benzeu a pedra fundamental da primeira Igreja de São Paulo Apóstolo de Blumenau, projetada por Henrique Krohberger. No dia 24 de dezembro de 1876, foi inaugurado e abençoado o templo religioso pelo Pe. José Maria Jacobs e, com a celebração da primeira missa em seu interior, começou o culto regular para os fiéis. Com recursos reduzidos, a construção foi feita por longas etapas, tendo durado nada menos do que nove anos.

No dia 08 de fevereiro de 1878, Dom Pedro Maria de Lacerda, Bispo de São Sebastião do Rio de Janeiro criou a Freguesia de São Paulo Apóstolo. No dia 02 de junho do mesmo ano, aconteceu a solena instalação. Ficava assim regularizada a situação jurídica e religiosa da Freguesia, entrando o respectivo vigário "na posse" de todas as prerrogativas que as leis do Império e os cânones eclesiásticos lhe atribuíam. Passava a igreja local para a condição de Igreja Matriz da nova Freguesia. Sua torre possuía dois sinos, oferecidos pelo imperador Dom Pedro II.

Em março de 1892, Pe. Jacobs entregou a direção da Paróquia com sua Matriz, capelas e mais o Colégio São Paulo aos franciscanos alemães, pois, combalido pelos sofrimentos, resolvera regressar à Alemanha. No dia 22 de maio, celebrou na Matriz sua missa paroquial e proferiu seu sermão de despedida, na qual exortava os fiéis a viver e morrer "na santa fé católica". 

Durante o vicariato de Frei Daniel Hostins (1920-1926), fizeram-se modificações no corpo da Igreja Matriz com o acréscimo das capelas laterais e alteração da estrutura da torre, para que esta suportasse o peso dos três novos sinos. Em 1926, durante a festa da Assunção, com a presença do Bispo de Florianópolis, as obras da Matriz foram novamente consagradas e, em 1927, foi dotada de um grande órgão. 

No dia 17 de junho de 1928, foi realizada a cerimônia do "batismo dos sinos", adquiridos para a Matriz, por Dom Joaquim Domingues de Oliveira. Pregou o evangelho, Frei Estanislau Schaette, que discorreu sobre a consagração dos sinos em português e alemão. Após a missa, os sinos foram consagrados pelo arcebispo, em número de três, mais pesados e bem maiores que os dois primeiros. Também um relógio foi colocado na nova torre. 

No vicariato de Frei Joaquim Orth (1945-1952), devido ao fato da velha Matriz já não poder acolher a todos os fiéis, é constituída uma comissão encarregada de construir um novo templo. 

No dia 19 de abril do ano jubilar 2000, com a criação da Diocese de Blumenau pela constituição "Venerabiles frates" do Papa João Paulo II, a Igreja Matriz São Paulo Apóstolo foi elevada a Catedral.

Curiosidades

Informações interessantes sobre a catedral

Torre

A torre, com seus 45 metros de altura, na tonalidade rosa do granito ao natural acompanha as linhas funcionais da nave da Catedral. Acima da arcada, três aberturas em círculo formam o campanário com seus três sinos acionados eletricamente.

Sinos e Relógio

Pesam, em ordem decrescente: o maior (Jesus Cristo) com 510 quilos, o médio (Maria Santíssima) com 350 quilos; o menor (São José) com 200 quilos. O relógio foi adquirido em 1930 e importado da Alemanha.

Escadaria

Desde o nível da rua XV, exatamente onde desemboca a Rua Pe. Jacobs, encontramos o primeiro dos 44 degraus que, em 11 lances de 4 degraus, formam a ampla escadaria de 6m de largura, em granito maciço. Chagando ao patamar superior, pela escadaria, a construção aparece de corpo inteiro. Aqui compreende-se o sentido arquitetônico de todo o conjunto – torre e igreja, com seu amplo átrio conjugado com a nave e o próprio patamar como terminal da escadaria da torre.

Batistério

No átrio encontra-se o batistério, com 8m de altura e 5,60m de diâmetro, trabalhado em concreto, granito e mármore, com ampla visão para o seu interior através de belos vitrais quadriculados, em cores amarelo, verde, cinza e natural. Com seu sentido litúrgico: desce o pagão para subir o cristão.

Nave

Do batistério, pelo grande átrio, caminha-se para a enorme nave da Catedral, estruturada em cimento armado, mas com os enormes campos, que são suas paredes, em maciço granito róseo. Uma solidez impressionante com a singularidade de linhas da leve e pura arquitetura funcional.

Portal

Na fachada propriamente dita, ainda no átrio, ladeado por enormes vitrais que vão do chão ao teto e que abrem passagens laterais, vemos o grande portal central rasgando o granito da parede em arcada grandiosa, sobre o qual está colocado o grupo do Calvário – Cristo, Nossa Senhora e São João. A cruz possui 3m de altura e as imagens 1,5m. O portal central abre-se em duas folhas de madeira maciça, trabalhada. 

Vitrais

A profusão de luz durante o dia vem dos enormes vitrais, da fachada, dos vitrais que formam a parte superior das paredes laterais e do vitral maior de todos, do chão ao teto, na parede lateral, à esquerda do presbitério, inundando de luz ao altar. Estilizados com os símbolos: peixe, Cristo; uva, vinho, que se transforma em sangue; trigo, pão, corpo de Nosso Senhor; água (cinzento), símbolo do batismo.

Via-Sacra

Nas paredes graníticas laterais, a 3m de altura, estão distribuídas 16 rosáceas de 1,80m de diâmetro cada uma nas quais o vitral estampa, em cores próprias e na forma indicada pela pureza das linhas arquitetônicas do templo, as estações da via-sacra, substituindo os quadros de parede. Além das 14 estações, no mesmo estilo e forma, foram acrescentados dois vitrais completando as 16 rosáceas laterais. Um, representando a ressurreição, reafirma a convicção da Igreja que, depois do sofrimento, vem a luz, que nem tudo acaba com a morte, conforme as palavras do próprio patrono São Paulo: “Cristo ressuscitou, nós também haveremos de ressuscitar”. O outro apresenta a vinda do Divino Espírito Santo.

Rosácea

A gigantesca rosácea com 8m de diâmetro, rodeada de outras vinte menores, de 60cm de diâmetro cada uma. O trabalho de cantaria nesta rosácea é verdadeiramente admirável, testemunhando que a força da fé pode até retorcer o granito. Nos vitrais está reproduzida a coroa de espinhos de Nosso Senhor, em fundo azul, mostrando as gotas de sangue em vermelho, os espinhos em verde, além de pontos em ouro, significando o maná do deserto.

Nossa Senhora

Já no presbitério, à esquerda do altar, em coluna de mármore e bronze vemos a imagem de Nossa Senhora. Magnífico símbolo que representa, pela veneração à Santa Mãe de Deus, a ligação com a antiga Matriz, onde já era venerada.

Altar

Nos seus 23m de largura, 15m de altura e 75m de comprimento, comporta o telhado, o átrio com 15m, a nave com 45m e o presbitério com 15m. Neste, como centro de convergência de todas as atenções, ergue-se o altar-mor. É o coração da Catedral onde Cristo permanece entre nós como hóspede no sacrário. O altar, único na igreja, forma um conjunto impressionante de solidez, sem desvirtuar a pureza do traçado do conjunto arquitetônico de que é parte. Todo de mármore branco, ergue-se sobre uma elevação rodeada de três degraus em suas quatro faces. A mesa, que é peça única, inteiriça, pura e sem falhas, com 3m de comprimento, 1,5m de largura e 15cm de espessura, apoia-se sobre oito colunas oitavadas; largas placas de mármore ligam as colunas, fechando o conjunto.

Sacrário

70cm de largura, 60cm de altura e 60cm de profundidade. É um maravilhoso trabalho de entalhe, com aplicação de imbuia, marfim, prata e ouro, representando, nas faces externas das portas, anjos adoradores e, nas internas, peixes e salvas com pão, símbolos de Cristo.

Castiçais

Junto ao altar, fazem guarda seis enormes castiçais com 2,30m de altura, fundidos de bronze maciço.

Lâmpada

Pendente na parede do fundo, encontra-se a lâmpada do Santíssimo. O conjunto da lâmpada revela mais um trabalho artístico de artesanato, em mármore e bronze, o qual contem um vaso de cristal vermelho.

Órgão de Tubos

Com 862 tubos, o Órgão foi construído pela fábrica Faber & Greve (Salzhemmendorf, Hannover, Alemanha), em 1926. Possui ainda sua tração original do tipo pneumática com someiro com sistema de acionamento por membranas de couro. Apresenta 2 teclados com 56 notas cada e um pedal de 30 notas. Era o órgão da antiga Igreja Matriz e instalado na nova, hoje Catedral, pelo mestre organeiro Siegfried Schürle. Inaugurado em 1927. Possui 15 registros e 7 acoplamentos.

Reforma

Em solenidade realizada no dia 19 de dezembro de 2010 foi inaugurada as reformas no presbitério. Construída antes do Concílio Vaticano II e tendo sido elevada a Igreja Catedral, o suntuoso templo, especialmente o espaço litúrgico do presbitério ainda não se atualizara às novas orientações. O artista sacro Claudio Pastro, foi o criador do novo perfil arquitetônico-litúrgico. Entre as mudanças realizadas estão: a mesa da Palavra, que é feita com o mesmo mármore do altar; a cátedra episcopal, que caracteriza o lugar do bispo como mestre da fé; o crucifixo, fabricado em latão e banhado a ouro, pende do teto e situa-se sobre o altar; e por fim, a recondução do sacrário ao lugar original, logo atrás do altar.